quarta-feira, 22 de julho de 2009

Sr. Obama

Senhor Obama,
sua responsabilidade é corrigir a injustiça contra os Cinco

José Pertierra
9 de julho de 2009

Palavras do advogado José Pertierra na apresentação deste 9 de julho em Washington da exposição de pinturas de Antonio Guerrero Rodríguez, um dos Cinco cubanos prisioneiros nos Estados Unidos por lutar contra o terrorismo organizado contra Cuba desde Miami. Tony cumpre uma sentença de prisão perpetua mais 10 anos por crimes que não cometeu, e que um júri preconceituoso imputou sem prova alguma.

O dia em que o tribunal o sentenciou a prisão perpetua, mais 10 anos, em uma cela de segurança máxima, Antonio Guerrero explicou à Juíza Lenard por quê Cuba o enviou aos Estados Unidos.

Cuba, meu pequeno país, tem sido atacado, agredido e caluniado, década após década, por uma política cruel, desumana e absurda. Uma verdadeira guerra, voraz e aberta de terrorismo, precursor do horror; de sabotagem, gerador de ruínas; de assassinato, causante de dor, da dor mais profunda, a morte… Onde foram tramados e financiados tão incessantes e impiedosos atos? Em sua grande maioria, no próprio território dos Estados Unidos da América.

Com a tarefa de se infiltrar nos grupos terroristas responsáveis pelo assassinato de mais de 3.400 cubanos durante as últimas quatro décadas, Tony formava parte da equipe de agentes que Cuba enviou a Miami para acumular informação. A equipo não tratou de se infiltrar nas agências governamentais dos Estados Unidos, tampouco obteve qualquer documento classificado. Seu único propósito era reunir as evidências necessárias para que o FBI prendesse os terroristas.

Em junho de 1998, o FBI realizou várias reuniões secretas com oficiais do governo cubano em Havana. Sem revelar como havia obtido as provas, Cuba compartilhou com o FBI 175 páginas de documentos relacionados com 31 ataques e planos terroristas que ocurreram entre 1990 e 1998, mais a rota dos dólares (de New Jersey e Miami) que financiaram esses ataques.

Cuba tambem entregou ao FBI áudio-fitas de 14 conversações comprometedoras do autor intelectual da campanha de terror, Luis Posada Carriles, mais 13 vídeos e áudio-fitas de cúmplices de Posada com detalhes dos crimes. Graças a Tony e a sua equipe em Miami, Cuba pôdo compartilhar com o FBI os nomes, endereços, números de telefones e até os números das chapas dos automóveis dos terroristas.

O FBI agradeceu a Cuba a evidência e prometeu investigar os crimes. A investigação ocurreu, porém o resultado foi surpreendente. Em vez de prender os terroristas, o FBI utilizou a evidência que Cuba lhe deu para prender os Cinco.
Por quê?

Os Estados Unidos haviam treinado e dirigido os terroristas de Miami, que eram uma parte importante da guerra encoberta contra Cuba durante a Guerra Fria. Durante cinquenta anos, o governo dos Estados Unidos os protegeu e mimou emde prendê-los e ajuizá-los.

Miami é sua cidade preferida, cumulada de hostilidade e preconceitos contra Cuba. Não é casualidade que os terroristas gravitam em torno de suas praias. Miami os ampara e os festeja, como se fossem patriotas ou herois. Somente em Miami poderia o governo ganhar um caso contra os Cinco.

A ‘raison d’etre’ para a presença dos Cinco nos Estados Unidos era conseguir evidências para prender e processar Posada Carriles e sua rede terrorista. Ele é o autor intelectual de grande parte do terrorismo contra Cuba. Depois da queda do bloco socialista, a economia cubana ia a pique e se abriu ao turismo em busca de dinheiro vivo.

Para espantar o turismo com destino a Cuba, os inescrupulosos fanáticos de Miami lançaram uma campanha de terror contra a Ilha. Fizeram explodir bombas nos mais luxuosos hoteis e restaurantes de Havana: no Hotel Nacional, no Meliá Cohíba, na Bodeguita del Medio, no Chateau Miramar, no Tropicana e outros.

Em 4 de setembro de 1997, uma dessas bombas matou um jovem italiano chamado Fabio Di Celmo no Hotel Copacabana, em Havana. Um estilhaço de um cinzeiro de vidro cortou-lhe a artéria jugular. O sangue brotou rápida e intensamente da parte esquerda de seu pescoço tendo morrido em poucos minutos.

Um ano depois, Luis Posada Carriles admitiu ao New York Times que havia sido o autor intelectual das bombas que explodiram em Havana. “Esse italiano”, disse à correspondente do jornal, “estava no lugar errado no momento errado, porém eu continuo dormindo como um bebê”.

Quando matou Fábio a sangue frio, Posada já era um fugitivo da justiça. Tinha 73 acusações de homicídio pendentes na Venezuela devido à derrubada de um avião de passageiros em 1976. O sinistro ato terrorista resultou no assassinato dos membros da equipe cubana de esgrima, entre outros passageiros. Viajava também uma menina guianesa de 9 anos chamada Sabrina Paul.

Entretanto, em vez de extraditá-lo a Venezuela, os Estados Unidos ainda protegem Posada e desatendem a solicitação da Venezuela.

Fabiucho, como seus pais o chamavam, era o filho caçula de Giustino e Ora. Tinha somente 22 anos quando foi cruelmente assassinado. Ler e jogar futebol o encantava. Estava loucamente enamorado de Cuba e de seu povo. Faz dois meses conversei com Giustino Di Celmo em Habana. O pai de Fábio tem 90 anos. No restaurante da capital cubana que leva o nome de seu filho, ele me comentou que havia escrito uma carta a Antonio Guerrero, a Tony, da qual copiei estas línhas:

“O primeiro raio de sol dos próximos dias deveria cair sobre a escuridão que cobre a monstruosa injustiça da prisão de vocês.”


Giustino, esses desenhos de Antonio Guerrero são raiozinhos de sol que caem sobre a escuridão que encobre a indiferença monstruosa do governo dos Estados Unidos diante do sofrimento dos Cinco. Cabe-nos convertê-los em relâmpagos de ação.

“A vida só é vida, se existe valor”, disse Tony em um de seus preciosos poemas. Encontremos o valor para assumir as rédeas da luta para libertar os Cinco da injustiça monstruosa de sua prisão.

Recordemos hoje aqui, e repitamos sem descanso, que Tony veio aos Estados Unidos para impedir o crime, não para cometê-lo. Recordemos que o governo dos Estados Unidos virou a justiça ao revés e confina nos cárceres os herois. Recordemos que protege os criminosos, permitindo-lhes que continuem com sua campanha terrorista contra Cuba.

Em 16 de junho, a Corte Suprema rechaçou sem comentários a solicitação de revisar as condenações dos Cinco. O caso está agora nas mãos do Presidente dos Estados Unidos. Com uma canetada o Presidente pode resolvê-lo. Pode comutar as sentenças a tempo-cumprido, para que eles regressem a sua pátria, junto aos seus familiares. O artigo 2º da Constituição dos Estados Unidos outorga ao Presidente o poder de ‘Clemência Executiva’. Esse poder não tem limitações.

A normalização das relações entre Estados Unidos e Cuba não será possíevel, enquanto os Cinco permanecerem injustamente encarcerados e os terroristas vivam livres. Os terroristas têm de estar presos e os anti-terroristas, livres.


Da sua cela em Colorado, Tony escreveu:

“Como a água, pura e clara, Corre em seu arroio serena, há de correr a ternura, Quando aparece uma Pena. . . No há dor que no seja tua. Não há sofrer sem compartir. Há de se ter um orgulho, Saber dar sem receber.”

O Presidente Obama nos diz que não gosta de olhar para o passado, contudo, Sr. Presidente, tem o senhor de compreender que Posada e os outros cubanos de Miami foram as ferramentas de terror que usou o governo de seu país contra Cuba. Por isso, o FBI não os prendeu, e por isso prendeu os Cinco.

Sua responsabilidade é agora retificar essa injustiça. Sua responsabilidade é pôr fim a um bloqueio cuja premissa é causar a fome para que os cubanos se rendam e uma campanha de terror para tratar de dobrar um povo digno: essa é a sórdida história que o senhor herdou de seus predecessores na Casa Branca.
Sr. Presidente, tem de sanar estas feridas abertas. Os Estados Unidos são a nação mais poderosa da história da civilização. Em vez de ser a mais cruel, não deveria ser a mais generosa, a mais humana?

Sr. Presidente Obama, a Guerra Fria acabou. Pelas vítimas do terrorismo, pelo sofrimento que este ilegal e imoral bloqueio vem causando a Cuba, pelo bem de seu país, pelo bem do futuro, sane as feridas: acabe com o bloqueio, extradite a Posada e liberte os Cinco.

José Pertierra é advogado. Representa a República Bolivariana da Venezuela no caso relacionado com a solicitação de extradição de Luis Posada Carriles.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Edital Medicina

Edital de pré-seleção para bolsas de estudos
Escola Latino-Americana de Medicina em Cuba (ELAM)

Como vem ocorrendo desde 1999, o Governo cubano oferece bolsas de estudo para a Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM), através de várias organizações brasileiras, entre as quais o Partido dos Trabalhadores. Estas bolsas cobrem todos os gastos com o curso, alojamento e alimentação, além de incluírem uma pequena ajuda de custo. Ficam a cargo do/da estudante as passagens aéreas, tanto agora, quanto durante o curso.

Para o ano de 2009, o governo cubano ofereceu ao PT 8 vagas (4 para homens e 4 para mulheres). Cabe à SRI realizar o processo pré-seletivo que indicará as pessoas que ocuparão estas 8 vagas. A seleção final é feita pelo Governo cubano. Lembramos que a pré-seleção não gera direito adquirido. Ou seja: a pré-seleção apenas relaciona as pessoas que serão submetidas ao processo seletivo final.

Os pré-requisitos definidos por Cuba (os dois primeiros) e pelo PT (os dois últimos) para participar da pré-seleção são:
- ter no máximo 25 anos no momento de iniciar o processo seletivo;
- ter concluído o ensino médio (ou equivalente), com obrigatoriedade das matérias de Biologia, Física e Química em todos os anos;
- ter estudado todo o período escolar em escola pública;
- ter no mínimo 2 (dois) anos de filiação partidária e apresentar carta de recomendação de instância partidária, ou seja, setorial, diretório ou comissão executiva de âmbito municipal, estadual ou nacional. Esclarecemos que não se trata de recomendação de um membro da instância, mas sim recomendação aprovada em reunião da instância partidária.

Além destes pré-requisitos, conforme os termos do comunicado enviado pelo Governo cubano, reproduzido ao final, deve-se enviar a seguinte documentação:
- cópia autenticada da certidão de nascimento;
- certificado de conclusão do ensino médio, com firma reconhecida da assinatura do diretor da escola;
- histórico escolar do ensino médio, com firma reconhecida da assinatura do diretor da escola;
- exame de HIV, com firma reconhecida da assinatura do médico responsável;
- no caso das mulheres, exame de gravidez, com firma reconhecida da assinatura do médico responsável;
- atestado de saúde física e mental, com firma reconhecida da assinatura do médico responsável;
- certidão negativa de antecedentes penais e civis;
- fotocópia da identidade;
- passaporte original válido;
- 6 fotos (duas no tamanho 4x4 e quatro no tamanho 2x2).
- ficha de contatos, contendo números de telefones, correio eletrônico e endereço postal.

5) Com relação estrita à pré-seleção, a Secretaria de Relações Internacionais vai analisar o conteúdo da seguinte documentação:
- histórico escolar do ensino médio, com firma reconhecida da assinatura do diretor da escola;
- atestado de saúde física e mental, com firma reconhecida da assinatura do médico responsável;
- certidão negativa de antecedentes penais e civis.

A classificação dos candidatos que atendam os pré-requisitos será feita com base em suas notas, contidas no histórico escolar. Em caso de empate, a Comissão Executiva Nacional do PT terá a responsabilidade do desempate.

A documentação deve ser postada no correio até o dia 20 de janeiro, sem prorrogação. Depois de verificadas pela Secretaria de Relações Internacionais, a documentação será enviada para Brasília no dia 27 de janeiro. Portanto, a SRI não aceitará documentos que, mesmo postados até o dia 20 de janeiro, cheguem após o dia 27. Para evitar problemas com a entrega, solicitamos que enviem com aviso de recebimento (AR).

Uma vez concluída a pré-seleção, a lista será enviada à Embaixada de Cuba, a quem caberá realizar a seleção final. Esta seleção incluirá uma entrevista com o/a candidato/a, bem como análise da documentação entregue. O Governo cubano, através de sua Embaixada, pode requisitar o reenvio e/ou atualização de algum documento.

O endereço para o envio da documentação é:
Partido dos Trabalhadores
a/c Secretaria de Relações Internacionais ? Gabriela Cordeiro
Edifício Toufic ? Setor Comercial Sul, Quadra 2, Bloco C, Entrada 256
CEP: 70302-000
Brasília - DF

10) Segue abaixo, para conhecimento, a correspondência recebida da Embaixada cubana com o comunicado sobre as bolsas.

11) Para tirar dúvidas ou obter mais informações, escreva para: sri@pt.org

Brasilia, 5 de Enero del 2009

!MUY URGENTE!

Por medio de la presente tengo el honor de comunicarle que el Gobierno de la República de Cuba orientó ofertar nuevas bolsas de estudios, para que jóvenes brasileños de escasos recursos económicos, procedentes de familias de baja renta y de lugares apartados, puedan estudiar en Cuba en la Escuela Latinoamericana de Medicina (ELAM). Le estamos informando que tienen la oportunidad de indicar 8 jóvenes (4 del sexo femenino y 4 del sexo masculino) que reúnan los requisitos de ingreso, los cuales les relacionamos a continuación, conjuntamente con los documentos a presentar por los candidatos:

1) Tener como máximo 25 años en el momento de iniciar el proceso selectivo. Presentar Certificado de Nacimiento, debidamente legalizado en Cartorio y el Ministerio de Relaciones Exteriores de Brasil (Itamaraty).

2) Haber concluido el Segundo Grado o su equivalente, cubriendo obligatoriamente las materias de Física, Química y Biología. Presentar Certificado e Histórico Escolar de Segundo Grado (Con Firmas Reconocidas en Cartorio y legalizados por los Ministerios de Educación y de Relaciones Exteriores de Brasil (Itamaraty).

3) No tener impedimentos físicos y mentales que le imposibiliten cumplir con las actividades inherentes a su formación y una vez graduados ejercer la profesión. Presentar Atestado de Buen estado de Salud Física y Mental, así como análisis clínicos de HIV y de no gravidez en caso de las mujeres (acreditado por resultados de chequeo médico, debidamente legalizado).

4) Mantener una adecuada conducta social, así como mostrar un correcto porte y aspecto persona. Presentar Certificación de no antecedentes penales, ni procesos judiciales pendientes, emitido por las autoridades competentes).

5) Proceder de familias de baja renda. Presentar documento acredite esa condición.

6) Presentar fotocopia de su célula de identidad.

7) Presentar pasaporte actualizado.

8) Presentar 6 fotos (2 de 4x4 y 4 de 2x2)

Las propuestas deberán ser informadas a la Embajada de Cuba lo antes posible, presentando la documentación correspondiente hasta el 2 de Febrero próximo, fecha final de recepción de todos los documentos, para iniciar la segunda fase del proceso selectivo.

Les informo que los candidatos deberán pasar por un segundo proceso de selección por parte de una Comisión de Ingreso, lo cual incluye una entrevista individual con el joven, además de tests sociopsicológicos y el análisis de la documentación entregada. La fecha y lugar de realización de las entrevistas lo comunicaremos oportunamente. Como resultado de todo el proceso, la Comisión de Ingreso tendrá la prerrogativa de la decisión final de los candidatos que optarán por las becas ofrecidas.

La reserva de espacios y compra de boletos corren por los respectivos seleccionados o por las instituciones o partidos políticos que le representen. Les adelantamos que los jóvenes seleccionados deberán arribar a La Habana en la última semana de febrero próximo, según la fecha de vuelo y la línea aérea que se indicará con posterioridad..

domingo, 4 de janeiro de 2009

GIRA MONDO, GIRA

GIRA MONDO, GIRA


Por Flávio Gomes

Não é todo dia que um país, um povo, pode se dar ao luxo de comemorar 50 anos de uma revolução para decidir seu destino. Cuba merece hoje os aplausos do mundo inteiro, por ter chegado a 2009 como dona de seu nariz, apesar do odioso embargo americano e das sabotagens da turma de Miami que se acha cubana — e deseja, no fundo, apenas que a ilha volte a ser o puteiro que era antes de Fidel.

Continue lendo aqui. E não deixem de ler os comentários.

Fonte: IG


sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Manifesto pelo fim do bloqueio a Cuba

Manifesto pelo fim do bloqueio a Cuba


O "Manifesto pelo Fim do Bloqueio a Cuba e pela Ajuda Humanitária ao país socialista", capitaneado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, está circulando em todo o País, com a intenção de reunir um milhão de assinaturas até 22 de novembro. Segundo informações do Comitê de Defesa da Humanidade - Capítulo Rio de Janeiro, publicado no portal Vermelho, até o momento já foram coletadas 900 mil assinaturas.

O manifesto lembra que o povo cubano foi recentemente vítima de uma seqüência de furacões de força extraordinária, que causou ao país uma enorme devastação. Embora o número de mortos e feridos seja relativamente pequeno, graças a providências prévias de defesa civil que retiraram a população dos locais a serem atingidos, os danos materiais foram devastadores.

"Em breve resumo, 450 mil prédios e casas foram destruídos, deixando centenas de milhares de pessoas em abrigos de emergência. A quase totalidade dos 700 mil hectares plantados com cana foram inundados ou arrasados, com perda da colheita, e 115 usinas de açúcar foram parcialmente destruídas", diz o texto.

Estragaram-se ainda 800 toneladas de folhas de tabaco, perderam-se milhares de toneladas de alimentos estocados, inúmeras instalações produtivas foram danificadas. "Nas condições materiais difíceis em que vive há 50 anos, por força do bloqueio econômico dos Estados Unidos, o povo cubano sofre mais duramente as conseqüências dessa catástrofe natural", finaliza o documento.

Aqueles que quiserem assinar o manifesto, devem enviar sua adesão ao e-mail oscar.niemeyer@cdhrio.com.br informando nome completo, profissão, nacionalidade, País e cidade onde reside. Encabeçam o manifesto: Oscar Niemeyer - Presidente de Honra do Comitê de Defesa da Humanidade - Rede das Redes em Defesa da Humanidade - Capitulo Rio de Janeiro; e Marilia Guimarães - Presidente do Capitulo Rio de Janeiro, brasileira, empresária, Rio de Janeiro, Brasil.

sábado, 15 de novembro de 2008

OPERAÇÃO MILAGRE - A SOLIDARIEDADE CENSURADA

OPERAÇÃO MILAGRE - A SOLIDARIEDADE CENSURADA


Por qual motivo a grande mídia mundial silencia perante o maior programa de solidariedade médica da história, na qual 1.314.000 pessoas de 33 países foram operadas da visão? Chegaram praticamente cegas e voltaram para seus países com boa visão! Esse programa está sendo conduzido pelo governo de Cuba no âmbito da ALBA (Alternativas Bolivariadas para as Américas). Assista ao vídeo clicando na imagem.


quinta-feira, 13 de novembro de 2008

5 heróis: Obama e a herança desonrosa deixada por Clinton

Por Wilkie Delgado Correa *

Obama triunfou sob o signo de mudanças prometidas para o bem de seu país e do mundo. Talvez nenhum outro presidente dos Estados Unidos tenha recebido um legado tão negativo quanto o que George Bush deixará. Porém, por ocasião da transferência de cargo, Obama receberá heranças recentes dos mandatos de Bush e outras, de mais longa data. Uma dessas é a relacionada com a prisão injusta dos 5 Heróis Cubanos, que por mais de dez anos permanecem nas prisões dos Estados Unidos. Essa é uma herança deixada por Clinton, que tem, sem dúvida alguma, uma natureza desonrosa tanto para a política quanto para a ética do governo democrata daquele tempo e também no futuro.

Obama encontra-se diante de uma realidade que atinge a vida de 5 seres humanos excepcionais que continuam injustamente nas prisões estadunidenses. A solidariedade mundial em defesa da causa desses heróis confere-lhe uma transcendência que a opinião pública e nem o governo estadunidense não devem desconhecer. O significado desses 5 heróis para o povo cubano indica que não se trata de um assunto qualquer, mas, ao contrário, é uma causa sensível, um assunto vital que vale à pena levar em consideração e buscar solucionar.

Obama recebe uma herança desonrosa de Clinton porque este deveria ter dado uma solução digna a essa questão, a única que correspondia a um presidente honorável, ao abandonar seu cargo. No entanto, Clinton atuou covardemente, não honrou com seus atos, como devia, para dar a Cuba a única resposta merecida: a liberdade dos cinco cubanos acusados injustamente de ser espiões. Portanto, Clinton lavou as mãos e quase dez anos e meio depois Obama receberá o produto de uma atuação desonrosa e estará chamado, se de mudanças se trata no sistema de justiça, a pronunciar-se e a atuar com honradez.

Bill Clinton já não é presidente dos Estados Unidos e ofereceu, juntamente com Hillary, seu apoio irrestrito a Obama. Seria oportuno que ele se perguntasse por seu gesto tão pouco cavalheiresco em relação aos 5 heróis.

Como é conhecido, Gabriel García Márquez, Gabo, teve que converter-se em um enviado voluntário de Fidel Castro para impor ao presidente W. Clinton dos planos terroristas que eram organizados nos Estados Unidos para ser executados em Cuba e em outros países. Os fatos reais, incluído o próprio informe de García Márquez, foram revelados em sua oportunidade por Fidel Castro à opinião pública internacional. Em um artigo anterior, manifestei que se aquela mensagem de Fidel a Clinton tivesse sido tomada com a devida seriedade e alta visão de estadista, talvez houvesse servido para mudar a política de confrontação dos Estados Unidos contra Cuba; se houvesse sido valorizado em sua essência e integralidade, teria propiciado a ansiada paz nessa parte tão próxima da América, o Prêmio Nobel de Literatura García Márquez, por seu espírito humanista e altruísta, por ser mediador e promotor da paz em um conflito de mais de 45 anos, com justiça teria merecido o Prêmio Nobel da Paz. Porém, um acúmulo de grandes fatores não tornaram factível o esperado, apesar da recepção e acolhida inicial da mensagem, mas que fez com que o cântaro tornasse a cair na fonte. Por isso, esse assunto tem tanta importância como parte da história não contada e inexplicável da vida, das aventuras e desventuras do Gabo e das inconseqüências e desonras de Clinton.

Enfim, é grande o emaranhado que é possível vislumbrar desde um lugar onde somente impere a verdade.

Em que consistiu o impacto emocional, sentimental e ideológico de Clinton ante o conteúdo daquela mensagem transmitida pelo Gabo aos assessores de Segurança Nacional na Casa Branca? Qual foi sua reação ao conhecer o caráter da entrevista de Gabo, com certeza gravada e que o motivou ou decidiu enviar a Havana oficiais de alto escalão do FBI para conhecer em primeira mão o que desejavam informar as autoridades cubanas? Pensou por acaso naqueles dias que poderia aparecer no horizonte um clima melhor nas relações entre os Estados Unidos e Cuba? Que informações lhe chegaram posteriormente quando regressou a delegação do FBI aos Estados Unidos com uma carga volumosa de informações de alta sensibilidade e segurança, entregue em gesto de boa vontade e confiança pelas autoridades cubanas? Por que o FBI, em missão oficial do governo estadunidense, se comprometeu em também enviar informações às autoridades cubanas, porém isso nunca aconteceu? Qual foi a reação anímica do presidente Clinton diante da prisão, em Miami de cinco cubanos, acusados pelo FBI de ser espiões, somente três meses depois da visita da delegação desse organismo a Havana? Quais foram as instruções, as análises, as avaliações de Clinton em todo esse processo de envio de uma delegação a Havana, de compromisso em responder e frear o terrorismo por parte dos Estados Unidos e, logo em seguida, a detenção dos cinco antiterroristas infiltrados em grupos mafiosos e terroristas de Miami, ou seja, os mesmos grupos sobre os quais o FBI havia recebido vasta documentação e provas de todo tipo sobre a natureza e sobre seus planos terroristas? Por que não fez nada durante os últimos meses de seu mandato para fazer valer suas prerrogativas e ordenar a libertação ou repatriação dos cinco cubanos? Por que manteve um silêncio cúmplice sobre um fato que estava intimamente relacionado com aquela mensagem que seu amigo García Márquez pretendeu fazer chegar pessoalmente?

Após tantos anos -mais de dez anos de prisão injusta são muitos anos para cinco homens-, como avaliou Clinton aqueles e esses acontecimentos? Quais foram os medos de Clinton? Não terá pensado Clinton sobre sua responsabilidade moral, após as condenações excessivas, arbitrárias e injustas contra os cinco cubanos? Será que nada significam mais de dez anos de prisão? Nada significa o fato de que eles não mentiram sobre sua permanência nos Estados Unidos e sobre sua missão de vigilância dos grupos terroristas anticubanos?

Enfim, que confissões ou testemunhos pode oferecer o presidente Clinton a Barack Obama sobre esses e outros fatos relacionados com a causa dos 5 heróis cubanos? Sua inação se justificaria porque também era um prisioneiro de seu próprio sistema e não tinha escapatória possível e, portanto, não podia ou não queria rebelar-se? Acaso não serão essas coisas, algumas das que devam mudar nos Estados Unidos durante o mandato de Obama?

Esperemos que Obama não perca o rastro das mudanças em tantos salões e corredores da Casa Branca e em todos os labirintos nos quais se move a vida de um presidente dos Estados Unidos.

Talvez possa honrar com sua atuação digna e com respeito aos 5 heróis cubanos a política desonrosa que sobre esse assunto recebeu como herança de Clinton.

* Doctor en Ciencias Médicas. Pr

Fonte: Adital
Tradução: Adital

terça-feira, 28 de outubro de 2008

O Analfabetismo Econômico

O Analfabetismo Econômico


Chávez falou em Zulia do "camarada Sarkozy", e o disse com certa ironia, mas sem ânimo de feri-lo. Pelo contrário, quis reconhecer sua sinceridade quando, em sua condição de Presidente rotativo da Comunidade de Países Europeus, falou em Beijing.

Ninguém proclamava o que todos os líderes europeus conhecem e não confessam: o sistema financeiro atual não serve e há que mudá-lo. O Presidente venezuelano exclamou com franqueza:

"É impossível refundar o sistema capitalista, seria como um intento de pôr a navegar o Titanic depois que está no fundo do Oceano."

Na reunião da Associação das Nações Européias e Asiáticas, em que participaram 43 países, Sarkozy fez confissões notáveis, segundo as agências de notícias:

“O mundo vai mal, enfrenta uma crise financeira sem precedentes por sua magnitude, rapidez, violência, e suas conseqüências sobre o meio ambiente põem em questão a sobrevivência da humanidade: 900 milhões de pessoas não têm os meios para alimentar-se”.

"Os que participamos desta reunião representamos dois terços da população do planeta e a metade de suas riquezas; a crise financeira começou nos Estados Unidos, mas é mundial e a resposta deve ser mundial."

"O lugar para um menino de 11 anos não é a fábrica, mas a escola."

"Nenhuma região do mundo tem lição que dar a ninguém." Uma clara alusão à política dos Estados Unidos.

Ao final recordou ante as nações da Ásia o passado colonizador da Europa nesse continente.

Se o Granma tivesse escrito essas palavras, diriam que se tratava de um clichê da imprensa oficial comunista.

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse em Beijing que não se podia "prever a entidade e duração da crise financeira internacional em curso. Trata-se, nem mais nem menos, da criação de uma nova carta constitutiva das finanças." Nesse mesmo dia foram divulgadas notícias que revelam a incerteza geral desatada.

Na reunião de Beijing, os 43 países da Europa e Ásia acordaram que o FMI deveria jogar um papel importante assistindo aos países gravemente atingidos pela crise, e apoiaram uma cúpula inter-regional em busca da estabilidade a longo prazo e o desenvolvimento da economia do mundo.

O presidente do governo espanhol, Rodríguez Sapatero, declarou que "havia uma crise de responsabilidade em que uns poucos se enriqueceram e a maioria está empobrecendo", que "os mercados não confiam nos mercados". Exortou os países a fugir do protecionismo, convencido de que a competência faria com que os mercados financeiros jogassem seu papel. Não foi oficialmente convidado à cúpula em Washington devido à atitude rancorosa de Bush, que não lhe perdoa a retirada das tropas espanholas do Iraque.

O presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, apoiou sua advertência sobre o protecionismo.

O secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, reuniu-se por sua parte com eminentes economistas para tratar de evitar que os países em desenvolvimento sejam as principais vítimas da crise.

Miguel D’Decoto, ex-ministro das Relações Exteriores da Revolução Sandinista e atual presidente da Assembléia Geral da ONU, demandou que o problema da crise financeira não se discutisse no G-20 entre os países mais ricos e um grupo de nações emergentes, mas nas Nações Unidas.

Há disputas sobre o lugar e a reunião onde deve adotar um novo sistema financeiro que ponha fim ao caos e à ausência total de segurança para os povos. Existe grande temor de que os países mais ricos do mundo, reunidos com um grupo reduzido de países emergentes castigados pela crise financeira, aprovem um novo Bretton Woods[1] ignorando o resto do mundo. O presidente Bush declarou ontem que "os países que discutirão aqui no próximo mês a crise global devem também voltar a comprometer-se com os fundamentos do crescimento econômico a longo prazo: negócios livres, livre empresa e livre comércio."

Os bancos emprestavam dezenas de dólares por cada dólar depositado pelos poupadores. Multiplicavam o dinheiro. Respiravam e transpiravam por todos os poros Qualquer contração os conduzia à ruína ou à absorção por outros bancos. Havia que salvá-los, sempre à custa dos contribuintes. Fabricavam enormes fortunas. Seus privilegiados acionistas majoritários podiam pagar qualquer soma por algo.

Shi Jianxun, professor da Universidade de Xangai, declarou em um artigo que publicou na edição exterior do Jornal do Povo que "a crua realidade levou as pessoas, no meio do pânico, a dar-se conta de que os Estados Unidos utilizou a hegemonia do dólar para saquear as riquezas do mundo. Urge mudar o sistema monetário internacional apoiado na posição dominante do dólar."

Com poucas palavras explicou o papel essencial das moedas nas relações econômicas internacionais. Assim vinha ocorrendo há séculos entre a Ásia e a Europa: recordemos que o ópio foi imposto à China como moeda. Disso falei quando escrevi o artigo A vitória da China.

As autoridades deste país nem sequer queriam receber a prata em metálico com que os espanhóis pagavam inicialmente os produtos adquiridos na China, desde a sua colônia nas Filipinas, porque se desvalorizava progressivamente devido à sua abundância no chamado Novo Mundo recém conquistado pela Europa. Os governantes europeus até hoje sentem vergonha pelas coisas que impuseram à China durante séculos.

As atuais dificuldades nas relações de intercâmbio entre esses dois continentes devem ser resolvidas, segundo o critério do economista chinês, com euros, libras, ienes e yuanes. Não resta dúvida de que a regulação razoável entre essas quatro moedas ajudaria o desenvolvimento de relações comerciais justas entre a Europa, Grã-Bretanha, Japão e China.

Estariam incluídos nessa esfera o Japão e a Alemanha - dois países produtores de sofisticados equipamentos de tecnologia avançada tanto para a produção como para os serviços - e o maior motor em potência da economia do mundo, China, com ao cerca de 1,4 bilhão de habitantes e mais de 1,5 trilhão de dólares em suas reservas de divisas conversíveis, que são em sua maioria dólares e bônus do Tesouro dos Estados Unidos. Segue-lhe o Japão com quase as mesmas cifras de reservas em divisas.

Na atual conjuntura, o valor do dólar aumenta devido à posição dominante desta moeda imposta à economia mundial, justamente assinalada e rechaçada pelo professor de Xangai.

Grande número de países do Terceiro Mundo, exportadores de produtos e matérias primas com pouco valor agregado, somos importadores de produtos de consumo chineses, que revistam ter preços razoáveis, e equipamentos do Japão e Alemanha, cada vez mais caros. Mesmo que a China tenha tido cuidados para que o yuan não se supervalorizasse, como demandam sem cessar os ianques para proteger suas indústrias da concorrência chinesa, o valor do yuan se incrementa e o poder aquisitivo de nossas exportações diminui. O preço do níquel, nosso principal produto de exportação, cujo valor alcançou mais de 50 mil dólares a tonelada há pouco, nos últimos dias recuou a 8.500 dólares por tonelada, quer dizer, menos de 20 por cento do preço máximo alcançado. O do cobre caiu a menos de 50 por cento; assim sucessivamente ocorre com o ferro, alumínio, estanho, zinco e todos os minerais indispensáveis para um desenvolvimento sustentado. Os produtos de consumo, como café, cacau, açúcar e outros, a despeito de todo sentido racional e humano, em mais de 40 anos, tiveram os seus preços levemente majorados. Por isso, há pouco tempo, eu adverti que, como conseqüência de uma crise que estava às portas, sofreríamos perdas nos mercados e o poder aquisitivo de nossos produtos se reduziria fortemente. Nestas circunstâncias, os países capitalistas desenvolvidos sabem que suas fábricas e serviços serão afetados, e só a capacidade de consumo de grande parte da humanidade beirando os índices de pobreza, ou por abaixo destes, poderia mantê-los funcionando.

Esse é o grande dilema que expõe a crise financeira e o perigo de que os egoísmos sociais e nacionais prevaleçam por cima dos desejos de muitos políticos e estadistas angustiados ante o fenômeno. Não têm a menor confiança no próprio sistema de que surgiram como homens públicos.

Quando um povo deixa atrás o analfabetismo, sabe ler e escrever, e possui um mínimo indispensável de conhecimentos para viver e produzir honestamente, resta-lhe apenas vencer a pior forma de ignorância em nossa época: o analfabetismo econômico. Só assim poderíamos saber o que está acontecendo no mundo.



Fidel Castro Ruz
Octubre 26 de 2008


[1] Conferência de Bretton Woods: Conferência Monetária e Financeira das Nações Unidas, realizada em julho de 1944, em Bretton Woods, com representantes de 44 países, para planejar a estabilização da economia internacional e das moedas nacionais prejudicadas pela Segunda Guerra Mundial. Os acordos assinados tiveram validade para o conjunto das nações capitalistas lideradas pelos Estados Unidos, resultando na criação do FMI – Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial. Nota do traduto