quinta-feira, 19 de junho de 2008

Lei de ajuste cubano cobra novas vítimas: uma moça e uma criança


Havana, 18 jun (acn) Novas vítimas cobrou a Lei de Ajuste Cubano, que estabelece privilégios para todo nacional deste país, que consiga tocar solo norte-americano mesmo que seja simbolicamente. Dessa vez, foi a morte de uma criança de apenas 11 anos, que trouxe tristeza e desolação a uma família cubana, seduzida pela propaganda do governo norte-americano.


Jorge Luis Núñez Sánchez (11), residente na comunidade rural de La Sierra, município de Encrucijada e Yudersi Rosabal Rodríguez, natural de Sagua La Grande, Villa Clara, faleceram na passada segunda-feira (16) quando um grupo de 20 pessoas procedentes dessa província tentaram sair clandestinamente do país, alentados pela Lei que estimula a emigração ilegal de Cuba para os EUA.

Segundo o jornal Granma, a frágil embarcação em que navegavam as vítimas, soçobrou no momento em que os traficantes que os levariam aos EUA bateram nela com sua lancha rápida, visando assim evitar a perseguição das autoridades fronteiriças cubanas. Eles sabiam que assim conseguiriam distrair a atenção dos guarda-fronteiras e poderiam fugir.

De fato, as tropas cubanas desviaram seus esforços para o salvamento das pessoas, mas nem mesmo assim conseguiram evitar a morte do menino e a moça.

Agora Vivian Sánchez Cabrera, a mãe de Jorge Luis, chora a perda de seu único filho. Sente remorsos de tê-lo arrancado da escola, de seus amiguinhos e expô-lo a um perigo desnecessário sem meditar nas conseqüências de tal atitude.

De acordo com Sánchez Cabrera, a criança, esteve o tempo todo, perto dela, era o centro de atenção de todos, pois esteve falando até o último momento, sem sensação de perigo.

“Ele estava a meu lado na parte dianteira do bote quando a cigarreta (lanchas de alta velocidade utilizadas pelos traficantes de pessoas no Estreito da Flórida) nos veio em cima e virou a embarcação. O salva-vidas caiu para um lado e o menino foi arrancado dos meus braços. Nunca mais o vi”, lembra Vivian tocada e reconhece: “Perdi o único que tinha na vida, já é tarde para me lamentar. Devi pensá-lo bem antes de cometer essa loucura”.

Outro dos que tentou abandonar a ilha foi Miguel Laureiro López, que relata os pormenores da operação. Segundo ele, os traficantes os recolheriam em algum ponto do estreito da Flórida e os deixariam perto de Miami, onde os familiares das pessoas ou os próprios emigrantes pagariam dez mil dólares por pessoa.

“No sábado fomos avisados do plano que iria se concretizar entre a noite do domingo e a madrugada da segunda-feira”, explica Laureiro. Ele lembra que um dos assassinos, no momento de consumar a atrocidade, exclamou: “Vamos matar todos eles”.

Agora Laureiro, médico veterinário formado pela Revolução, lamenta a atitude assumida que custou a vida de duas pessoas, incluindo a de um menino e feridas graves a duas mulheres, uma delas com perigo para a vida.

Mais uma testemunha dos fatos é Ramón Díaz Granado, de 55 anos, que salvou a vida milagrosamente ao ser resgatado por seu neto quando praticamente estava afogado.

Dias Granados, tinha visitado a SINA (Repartição de Interesses dos Estados Unidos em Havana) várias vezes para solicitar o visto norte-americano e assim poder viajar àquele país onde moram seus três filhos. No entanto, sempre recebia respostas evasivas e falsas promessas por parte dos funcionários consulares.

Em seu desespero, Ramón aceitou a proposta de viajar de maneira ilegal e agora lamenta as conseqüências. “Eu aconselho a todo aquele que se sinta pai ou mãe que não cometam a loucura de embarcar seus filhos nessa aventura. É como condená-los a uma morte segura”, disse enfático ao ser entrevistado.

“É preciso ver a cara de assassinos que tinham os traficantes e com que raiva atacaram o nosso barquinho sem lhes importar que todos morreríamos afogados”, afirma Díaz Granado, que reconhece que se a maioria salvou a vida foi graças à atitude dos combatentes das Tropas Guarda-fronteiras.

Fonte: Cuba Noticias

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Os 5Patriotas


Max Altman, presidente do Comitê dos 5 Patriotas no Brasil, convoca a todos, a prosseguirem na luta pela libertação dos 5 heróis cubanos, presos injustamente há 10 anos pelo império estadunidense!!!!

Max e os Comitês pela Libertação dos 5 Patriotas, no mundo todo, lutam diariamente, sem desistir jamais!!!!

Precisamos mostrar aos 5 Patriotas que eles não estão sós!
Que estamos lutando por eles, e que somos muitos!!!!!
Contamos com cada um de vocês para engrossar nossas fileiras, para divulgar as informações, enviar e-mails, publicar em sites, blogs, conversar sobre o assunto, enviar cartas aos 5 heróis presos, e a trazer sempre, mais e mais pessoas para esta luta, que é de cada um de nós, de todos nós, cidadãos do mundo!!!!

"Luchar contra lo imposible y vencer"

Lilian Vaz

Prosseguir na luta até que os 5 Patriotas sejam libertados

Che Guevara pronunciou um dia essas palavras: “Se você é capaz de tremer de indignação cada vez que se comete injustiça no mundo, então somos companheiros. Acima de tudo procurem sentir no mais profundo de vocês qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. É a mais bela qualidade de um revolucionário.”

Se vivo fosse, Che estaria hoje tremendo de indignação pela colossal injustiça que se está praticando contra os 5 Patriotas cubanos – Gerardo Hernández, Ramon Labañino, Antonio Guerrero, Fernando González e René González – e conclamaria a todos os defensores da justiça e dos direitos humanos, independente de suas convicções filosóficas e políticas, a cerrar fileiras e redobrar a luta ao lado de milhares de outras pessoas em todos os quadrantes da Terra pela libertação dos 5.

A decisão de 4 de junho do painel de três juízes do Undécimo Circuito Judicial de Atlanta, Geórgia, EUA ratifica o veredicto do tribunal original de Miami, confirmando as sentenças de Gerardo (duas prisões perpétuas mais 15 anos) e de René (15 anos) e revogando as de Ramon (uma prisão perpétua mais 18 anos), de Antonio (uma prisão perpétua mais 10 anos) e de Fernando (19 anos), reenviando, nestes casos, o processo de volta a mesma juíza Lenard para nova sentença

Nesse momento é preciso reforçar a campanha pela libertação dos 5. O nosso empenho irá repercutir junto a opinião pública dos Estados Unidos que deverá desempenhar papel crucial.

A injustiça está basicamente fundada em três categorias de questões:

a) não se respeitou o devido processo legal. É público e notório que o caso se desenrolou no ambiente totalmente hostil de Miami, testemunhas e jurados fortemente pressionados, campanha cerrada da mídia, onde o devido processo legal de imparcialidade, ampla defesa, correta análise das provas e justa aplicação das penas, garantido pela Constituição dos Estados Unidos, foi flagrantemente violado.

b) draconianas penas foram impostas aos 5 que, somadas, alcançam 4 prisões perpétuas mais 77 anos. E qual o 'crime' que cometeram? Investigar, prevenir, revelar e alertar o governo de Cuba e também dos Estados Unidos dos constantes planos terroristas das organizações contra-revolucionárias sediadas em Miami contra pessoas e bens cubanos.

c) provas insuficientes para as acusações mais sérias – conspiração para cometer assassinato, conspiração para perpetrar espionagem. Quando em 1998 os 5 foram presos, o Pentágono e o Ministério de Justiça deram uma declaração dizendo que a segurança nacional dos Estados Unidos não havia sido violada. Agora, depois de 10 anos de prisão, temos a afirmação de uma corte de alto nível de que não houve espionagem e que nenhuma informação muito secreta havia sido obtida nem transmitida.

O Comitê Brasileiro pela Libertação dos 5 Patriotas conclama a todas as pessoas que se indignam diante da injustiça a se juntarem a nós nesta luta.

Max Altman - Comitê dos 5 Patriotas

e-mail: comiteantiterroristas@gmail.com

quarta-feira, 11 de junho de 2008



Amigas e amigos, companheiras e companheiros,

peço-lhes, como coordenador do Comitê dos 5 Patriotas, o primeiro comitê brasileiro [constituído em 2001] pela libertação dos cinco cubanos anti-terroristas, presos cruel e injustamente há quase 10 anos em cárceres dos Estados Unidos, o máximo de difusão do material anexo. E mais, juntem-se às manifestações públicas que estaremos organizando nos próximos dias e que serão oportunamente divulgadas.
Trata-se de combater uma brutal e ignominiosa injustiça. As draconianas penas impostas a Gerardo, Ramon, Antonio, Fernando e Rene, somadas, alcançam 4 prisões perpétuas mais 77 anos. E qual o 'crime' que cometeram? Investigar, prevenir, revelar e alertar o governo de Cuba e também dos Estados Unidos dos constantes planos terroristas das organizações contra-revolucionárias sediadas em Miami contra pessoas e bens cubanos.
A decisão do painel de três juízes do Undécimo Circuito Judicial de Atlanta de 4 de junho ratifica, com ressalvas, o veredicto do tribunal de Miami. É público e notório que o processo se desenrolou no ambiente totalmente hostil de Miami, testemunhas e jurados fortemente pressionados, campanha cerrada da mídia, onde o devido processo legal de imparcialidade, ampla defesa, correta análise das provas e justa aplicação das penas, garantido pela Constituição dos Estados Unidos, foi flagrantemente violado.
Aos amantes da justiça, aos defensores dos direitos humanos, aos lutadores contra o terrorismo cabe a urgente tarefa de se juntar ao clamor universal pela libertação dos 5 Patriotas.

Max Altman
Comitê dos 5 Patriotas

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[começo com as comoventes mensagens de René González e Gerardo Hernéndez, para em seguida reproduzir a entrevista com o dr. Leonardo Weinglass, eminente advogado norte-americano, patrono de Antonio Guerrero]
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Mensagem de René González:

A todos que nos amam

Novamente desaba sobre nós e sobre nossos entes queridos a baixeza daqueles que pretendem, por meio deste caso, satisfazer seus instintos de vingança contra nossa Pátria.
Quando se trata de santificar o terrorismo e os crimes contra o povo de Cuba, políticos, juízes, procuradores e funcionáriuos ada ordem não encontram limites para mentir, distorcer, confabular e fazer troça das leis que dizem representar. Poucas vezes se pôs tão a nu a ficção dos três poderes do Estado, como quando se apela à defesa, a todo o transe, de seus mesquinhos interesses comuns e sacrificam diante deles, solícitos, sua própria vergonha.
Este é o modelo de justiça que se nos pretendem impor, sob o pretexto de nos regatar para a liberdade e a democracia. Ai de Cuba se semelhante coorte de truões, algum dia, recuperasse os tronos do poder, se constituissem em agentes da ordem ou assaltassem o ministério público!
A nossos familiares cujo amor nos sustenta, cuja recordação alimenta nossos espíritos, cujas palavras nos alentam e cujo sofrimento nos dilacera, porém nos compromete, vão nossas expressões de otimismo, a segurança de que nos preservaremos e nossos sentimentos de infinito amor.
Aos nossos amigos em todo o mundo que nos enchem de esperanças, que nos cobrem com seu afeto e que nos oferecem mais carinho do que é possível corresponder, nosso mais profundo sentimento de gratidão e admiração. (g/n)
Ao nosso heróico e nobre povo de cuja história somos depositários, cuja proeza de resistência nos estimula e cuja integridade física e felicidade temos defendido, erguemos a advertência de Che, reiterada desde as entranhas do monstro: "No imperialismo não se pode confiar, mas nem um tantinho assim".
Cerrar fileiras e defender a Revolução, é a única resposta digna a esta canalhice.
Contem conosco.
Hasta la victoria siempre!
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Mensagem de Gerardo Hernández:

Enquanto restar uma só pessoa pelo mundo afora resistindo, nós também vamos resistir até que se faça justiça, não importa quantos anos se passem, 30, 40 ou o que for.
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Leonardo Weinglass [advogado de Antonio Guerrero, um dos 5 Patriotas cubanos, condenado a prisão perpétua mais 10 anos]:



Há 40 páginas de preconceito ideológico na nova sentença de Atlanta



Um painel de 3 juízes do Undécimo Circuito de Apelações de Atlanta ratificou na quarta-feira, 4 de junho, os veredictos de culpabilidade dos 5 antiterroristas cubanos, prisioneiros em cárceres dos Estados Unidos desde setembro de 1998 e anulou a sentença de três deles que deverão ser novamente sentenciados em Miami. Foram ratificadas as sentenças de René González (15 anos) e de Gerardo Hernández (duas prisões perpétuas mais 15 anos). Neste último caso a decisão do painel foi de 2 a 1. Num voto de 16 páginas, a juíza Phyllis Kravitch afirma que o governo dos Estados Unidos não havia apresentado evidências suficientes para provar que Gerardo era culpado de Crime de Conspiração para cometer assassinato.

Os casos de Ramon Labañino (prisão perpétua mais 18 anos), Fernando González (19 anos) e Antonio Guerrero (prisão perpétua mais 10 anos) foram enviados para que a juíza do Tribunal da Flórida proceda a re-sentenciá-los. Será a juíza Lenard quem deverá convocar uma audiência para emitir a próxima sentença. Lenard foi que prolatou em 2001 as draconianas condenações impostas aos 5. A decisão de 99 páginas da Corte de Atlanta, redigida com uma linguagem politizada, alheia a um texto legal, e que favorece explicitamente a posição do governo, resolveu que “careciam de mérito” os argumentos da defesa com relação às acusações em grau de apelação.

Devido à transcendência do tema, oferecemos abaixo a transcrição literal da entrevista que Arleen Rodriguez manteve com o dr. Leonardo Weinglass, advogado de Antonio Guerrero e membro da equipe de juristas que sustenta a defesa dos 5 Patriotas.



AR – Weinglass, ajude-nos a entender o que diz em síntese as 99 páginas da sentença da Corte de Apelações de Atlanta.

LW – Significam, em suma, que as prisões perpétuas de dois, as de Antonio e de Ramon, foram anuladas e há uma previsão para a re-sentença novamente em Miami ante a juíza Lenard. A sentença de Fernando será reduzida.



AR – No entanto, Ramon e Antonio têm acusações distintas de Fernando. O que significa que sejam devolvidos os três a Miami e o que se poderá esperar?

LW – Quando em 1998 os 5 foram presos, o Pentágono e o Ministério de Justiça deram uma declaração dizendo que a segurança nacional dos Estados Unidos não havia sido violada. Agora, depois de 10 anos de prisão, temos uma afirmação de uma corte de alto nível de que não houve espionagem e que nenhuma informação muito secreta havia sido obtida nem transmitida. Isso assim o recebeu a corte e ainda assim decidiu reenviá-los a uma nova sentença. Porém, não seria, neste caso, prisão perpétua, e eles poderiam, inclusive, regressar a casa.



AR – Por que Gerardo não está incluído nesta revisão?

LW – O caso de Gerardo era o caso mais fácil, de acordo com todos os advogados, e poderia ter sido excluído. Entretanto, embora seu caso seja fácil do ponto de vista legal, do ponto de vista político é o caso mais difícil, devido ao clima político existente em Miami. A Corte não teve coragem de deixar de lado uma condenação por conspiração para cometer assassinato no momento em que 4 residentes de Miami foram as vítimas.



AR – O fato de que a Corte de Apelações de Atlanta ter decidido reenviar a Miami, no caso de Ramon, de Fernando e de Antonio, significa que exageraram nas condenações e isto já se constitui em prova de má conduta. Não seria absurdo então que se devolva à própria juíza que impôs penas tão elevadas?

LW – É desafortunado. Nesta decisão de 99 páginas encontra-se que a juíza Lenard cometeu erros ao sentenciar Fernando, cometeu erros ao sentenciar Antonio, cometeu erros ao sentenciar Ramon, cometeu erros nas instruções que deu ao jurado sobre Gerardo e, de acordo com dois dos nossos três juízes, cometeu erros ao negar a mudança de sede. Apesar destes seis ou sete erros sérios, a Corte devolve o caso à juíza Lenard.



AR – Que recursos judiciais sobram?

LW – Temos sim recursos disponíveis. Em primeiro lugar podemos, de imediato, em 24 de junho, pedir a estes três juízes, que reconsiderem sua decisão à luz de muitos dos erros que cometerem nesta decisão exarada, e vamos fazer isto. Se eles não reconsiderarem este arrazoado, teremos então o direito de ir à Corte Suprema dos Estados Unidos para reconsiderar todos ou alguns dos assuntos que temos apresentado, inclusive o foro, a má conduta da Procuradoria, a insuficiência de evidências contra Gerardo e outros assuntos que a Corte de Atlanta decidiu, inclusive o uso de um procedimento secreto entre a juíza e a Procuradoria contra os 5, e também de manter provas secretas que poderiam ter sido entregues à defesa.



AR – Essa sentença se dá num momento em que o povo norte-americano está concentrado no tema eleitoral e talvez não preste atenção a outros assuntos como, ao lado do caso dos 5, outro que chamou a atenção, o possível indulto a Luis Posada Carriles, que está livre nas ruas de Miami, e a gente se pergunta se a equipe de advogados levou em conta a dupla moral do governo estadunidense com relação ao terrorismo, que se torna visível tanto no tratamento do caso dos 5, que são lutadores anti-terriristas e estão presos e não há sentença

Absolutória, e a libertação de um terrorista confesso como Posada Carriles. Isto é levado em conta nas apelações dos advogados?

LW – Na realidade esta contradição, que é muito clara nos fatos que você citou, não está disponível nos autos do caso; no entanto, no voto original do primeiro painel que mereceu nossa apelação, os juízes escreveram uma nota de pé de página na qual se referem a Carriles e então os mencionam como terrorista. Infelizmente, neste voto de 99 páginas não existem essas referências.



AR – Este veredicto coincide com a data de 4 de junho, aniversário de Gerardo. O fato de que o Tribunal confirma a condenação para uma das acusações mais frágeis de todo esse processo, que é a conspiração para cometer assassinato e, em geral, as acusações contra Gerardo, parece um ato deliberado de crueldade contra este jovem lutador antiterrorista. Como o senhor vê esta questão?

LW - Talvez não haja aí um mero acidente. As pessoas inclusive o tomam em conta como uma intenção insensível contra um homem que serviu honradamente seu país. Não obstante, quando você lê todo o voto prolatado, em particular as primeiras 40 páginas, para nós, como advogados, está bem claro que há um preconceito ideológico no texto. E o fato de exarar a decisão no dia do aniversário de Gerardo, pode ser visto como você sugere: um ato intencional.



AR – Que razões poderia nos dar um advogado como Leonardo Weinglass para que possamos seguir acreditando que existe alguma possibilidade de que triunfe a justiça no sistema legal norte-americano, no caso dos 5?

LW – Lamentavelmente, este caso é uma dessas situações em que creio o governo dos Estados Unidos estar utilizando seu sistema de justiça para perseguir um objetivo de política exterior. É por isso a diferença com o caso de Posada Carriles e entre este caso e o caso dos 5. Quando isto sucede historicamente e se revela esta existência de preconceito político, os norte-americanos sentem um grande sentimento de vergonha nas leis e na confiança do sistema de justiça, nos tribunais de justiça.



AR – Se tivesse de dizer numa única frase que opinião merece esse veredicto de 4 de junho ...

LW – Pelo menos Gerardo deveria ter sido absolvido de todas as condenações e todas as prisões perpétuas deveriam ter sido revogadas. Ou seja, ganhamos uma parte pequena do caso por ora, contudo o assunto da sede ainda está vivo e o vamos apresentar novamente ante a Corte Suprema, e, afortunadamente, vamos começar o trabalho de base a fim de que os 5 regressem as suas casas. Estamos preparados para continuar lutando e com sorte vamos conseguir, como o fizemos anteriormente, e como vamos fazer e devemos fazer no futuro. Nós ganhamos a revogação das prisões perpétuas, e isto é uma vitória bastante significativa. Todavia, estamos realmente bastante defraudados por não ter ganhado a parte mais débil do caso apresentado pela Procuradoria, e devíamos tê-la ganhado.



AR – Que é a acusação três, não é mesmo?

LW – Sim, a acusação três. Qualquer advogado que revisse esta acusação, inclusive os procuradores, teriam concluído que não se podia ter perpetrado uma condenação com base na evidência que se apresentou. Um dos juízes escreveu um voto de 16 páginas, e muito claramente, e de forma bastante enérgica e pouco usual, por uma juíza de 85 anos, que foi durante quase um quarto de século, juíza federal de apelações. É um ato ou uma ação histórica levada a efeito por uma juíza na acusação que inclui a conspiração para cometer assassinato. Ela é uma das líderes mais reconhecidas do sistema de tribunais dos Estados Unidos.



AR – É a juíza Kravitch?

LW – Si, Kravitch. Ela foi nomeada por Carter, um homem que crê mais nos direitos humanos que muitos dos outros líderes nacionais. Ela a escolheu de uma corte ou tribunal muito pequeno, na Geórgia, onde ela exercia o direito apesar de se ter graduado com melhor desempenho que seus companheiros de escola, em uma das faculdades de direito mais prestigiosas nos Estados Unidos. Porém ela não encontrava trabalho em nenhum grande escritório de advogados porque era mulher. Ela entende claramente o preço que as pessoas têm de pagar quando são vítimas de um preconceito, e creio que ela traz isto ao seu trabalho como juíza.


População cubana indignada com sentença do Tribunal de Atlanta

Editada dia 05/06/08

Os cubanos amanheceram hoje indignados ao conhecerem a sentença negativa do Décimo Primeiro Circuito da Corte de Apelações de Atlanta, Georgia, contra a liberação de cinco anti-terroristas presos nos Estados Unidos por monitorar ações de grupos extremistas que desejam uma guerra entre Cuba e Estados Unidos, disse WDS.

No ato nacional do 8 de junho, Dia do Jurista Cubano, que pelo segundo ano consecutivo foi celebrado na oriental província de Granma, a jovem advogada Alina Medina lembrou que Gerardo Hernández, Antonio Guerrero, René González, Ramón Labañino e Fernando González (Os Cinco) "trabalhavam nos Estados Unidos para conhecer os planos desenvolvidos nesse país, por grupos terroristas, contra o povo da ilha".

Medina acrescentou "que a Administração de George W. Bush fortaleceu a política agressiva até Mayor de Las Antillas, e multiplicou os recursos destinados à contra-revolução interna".

Ontem, essa Corte de Apelações, formada por três juízes, tornou pública sua sentença, negando os recursos da apelação da defesa dos Cinco, confirmando assim todas as acusações pelas quais eles tinham sido considerados culpados, incluindo as acusações de conspiração para cometer espionagem e a acusação de conspiração para cometer assassinato.

As condenações contra Antonio, Ramón e Fernando foram reenviadas ao Tribunal de Distrito em Miami que originalmente os julgou, para outra sentença. Jorge Mesa, professor de inglês, disse que "Bush e a direita se prepararam, desde a fraude contra Al Gore, para dominar o polêmico sistema judicial estadunidense, que por um lado tem preso cinco honestos homens que lutavam por salvar também vidas norte-americanas e por outro absolve o conhecido terrorista Luis Posada Carriles".

Os cubanos souberam da notícia quando Randy Alonso, coordenador do programa informativo da televisão Mesa Redonda, leu um texto, ao final do espaço de cabo da agência espanhola EFE, no qual um painel de três juízes ratificou os veredictos de culpa e ditou que todos os argumentos apresentados contra a declaração de culpa dos Cinco "precisavam de mérito".

Por: Eduardo Maza
Fonte: WDS

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Cuba responsabilidade dos ricos em crise dos alimentos




Havana, 03 jun (acn) Cuba afirmou nesta terça-feira que a fome e a desnutrição são conseqüências de uma ordem econômico internacional que sustenta e aprofunda a pobreza, a desigualdade e a injustiça, durante a Cúpula Mundial sobre Segurança Alimentar.


Ao usar da palavra, o primeiro vice-presidente cubano, José Ramón Machado Ventura, fustigou os países desenvolvidos por sua responsabilidade na atual crise nos preços dos alimentos ao impor a liberalização comercial entre atores desiguales.

Além de receitas financeiras de ajuste estrutural, “provocaram a ruína de muitos pequenos produtores no Sul e converteram em importadores netos de alimentos a países que dantes se auto-abasteciam”, anotou.

O chefe da delegação cubana à cimeira de três dias, que começou nesta terça-feira na sede da entidade da ONU para a Agricultura e a Alimentação (FAO), remarcou que se pode enfrentar com sucesso a crise se se vai à raiz do problema. Argumentou que estes flagelos não podem ser erradicados com a adoção de medidas paliativas. “Também não com donativos simbólicos que, sejamos honestos, não cobrirão as necessidades nem serão sustentáveis”.

Machado Ventura indicou que as nações ricas contam de sobra com os recursos para reconstruir e impulsionar a produção agrícola do Sul. O que se precisa é a vontade política de seus governos, disse.

Se os gastos militares da OTAN num ano fossem reduzidos num 10 por cento, se liberariam quase 100 mil milhões de dólares, e se fosse perdoada a dívida externa, os países do Sul disporiam de 345 bilhões de dólares anuais que hoje dedicam a seu serviço”, salientou.

Mais adiante, recordou que se teriam 130 bilhões de dólares adicionais a cada ano se o chamado Primeiro Mundo cumprisse com o compromisso de destinar o 0,7 por cento de seu Produto Interno Bruto à Assistência Oficial ao Desenvolvimento.

O vice-presidente da ilha caribenha referiu, de outro lado, que há 12 anos na própria sede da FAO se estabeleceu o objetivo de reduzir o número de pessoas desnutridas à metade para o ano 2015, o qual agora pareceria uma quimera.

“Os países Não Alinhados (NOAL) chamamos na Cimeira de Havana (2006) a estabelecer um mundo pacífico e próspero e uma ordem mundial justo e eqüitativa”, precisou.

Machado Ventura destacou que por iniciativa de Cuba, o enunciado de que a alimentação é um direito humano inalienável ficou confirmado desde 1997 por sucessivas resoluções adotadas na antiga Comissão de Direitos Humanos, depois Conselho e terminou sua intervenção citando palavras de Fidel Castro ante a Assembléia Geral da ONU em outubro de 1979, que em sua parte final sentenciavam: “As bombas poderão matar os famintos, os doentes, os ignorantes, mas não podem matar a fome, as doenças, a ignorância”.

Fonte: Agência Cubana de Notícias


segunda-feira, 2 de junho de 2008

ASSEMBLÉIA DE ONGS MERCENÁRIAS EM WASHINGTON


A Usaid revela seus planos para a subversão em Cuba
• Sem o mais mínimo pudor, José "Pepe" Cárdenas e os funcionários encarregados de agredirem Cuba, revelaram em Washington como vão dilapidar os US$45 milhões destinados para a subversão em Cuba, através de "instituições" experientes", preferivelmente européias e latino-americanas

POR JEAN-GUY ALLARD — do Granma Internacional

NO novo plano para a desestabilização de Cuba, a Usaid promoverá o envio clandestino de material eletrônico à Ilha, através de intermediários europeus e latino-americanos, que realizarão o trabalho sujo que não pode legalmente fazer, e favorecerá as viagens de agentes no país, utilizando as chamadas licenças humanitárias para fazer "avaliações in situ".

Obrigada pelo GAO (escritório federal de auditoria) a criar-se certa imagem de decência na distribuição do dinheiro do contribuinte, que até agora esbanjava sem a menor licitação, a Usaid acaba de realizar, em 14 de maio passado, uma assembléia em sua sede de Washington sobre a distribuição dos US$45 milhões destinados pela administração Bush para provocar uma ruptura do processo revolucionário cubano.

O chefe da Usaid para a região latino-americana, José "Pepe" Cárdenas, ex-dirigente da Fundação Nacional Cubano-Americana (FNCA), liderou um grupelho de funcionários federais "especialistas" de Cuba durante três horas (das 9h até meio-dia), deixando fora do local os meios de comunicação, num ambiente conspirativo, conforme as operações que pretende realizar. Entre estes especialistas, encontravam-se:

• Seu braço direito para Cuba, Elaine Grigsby, diretora do chamado Programa Cuba;

• Amadjan Abani, do Escritório de Assistência e Aquisições da Usaid;

• Anthony Christino III, do Bureau de Indústria e Segurança do Departamento do Comércio;

• Clara Davis, do OFAC (agência do Departamento de Estado que monitora e sanciona os intercâmbios com Cuba).

Entre as organizações, umas célebres, outras menos conhecidas, porém todas interessadas em se apropriarem dos milhões do Departamento de Estado, sobressaíram:

A pseudo-ONG checa People in Need; Global Partners; IBMC; Loyola University; Center for Democracy in the Americas; Jackson State University; Mississippi Consortium for International Development; International Resources Group; Panamerican Development Foundation; Partners of America; Alliance for Family; o Conselho de Comércio da... Hungria e a multimilionária Tevê Martí.

Nenhum diplomata — nem sequer o agente checo Kolar — esteve presente.

Quanto a confessar autênticas operações de espionagem contra Cuba e em território cubano, "Pepe" Cárdenas, o ex-dirigente da FNCA que substituiu o corruptíssimo Adolfo Franco, enfatizou a necessidade de identificar ONGs em terceiros países que encaminhem os recursos da Usaid para a subversão.

Salientou que é necessário enviar a Cuba, por meio daqueles intermediários, "panfletos de propaganda, celulares e aparelhos de comunicação modernos", assim como "treinar cubanos residentes na Ilha em terceiros países".

Após se referir à "filosofia" atrás da grande expansão do Programa Cuba da Usaid, Cárdenas sublinhou que seu orçamento, de US$13 milhões em 2007, "aumentou" para US$45 milhões em 2008.

Depois mencionou entre os países mais propensos para fazer este trabalho encoberto, Chile, Peru, Argentina, Colômbia e Costa Rica.

Grigsby, presumivelmente sua mais fiel colaboradora, comentou que, segundo sua experiência, era difícil conseguir parceiros na América Latina.

Como bom instrutor de uma operação de inteligência, Cárdenas falou da conveniência de utilizar países da Europa oriental que "experimentaram recentemente transições".

Contudo, não esclareceu o nível de colaboração ou cumplicidade da inteligência norte-americana com os funcionários dos governos dos países acima referidos.

Respondendo a uma pergunta, Cárdenas revelou que já tinham recomendado a "instituições experientes na execução deste tipo de programa", como a NED, o NDI, o IRI, a Florida International University, a Freedom House com seu agente da CIA, Jaime Suchilicki... e, com certeza, o Center for a Free Cuba, de seu amigalhaço Frank "Paquito" Calzon.

OPERAÇÕES SECRETAS

Com uma linguagem própria de um agente de uma missão de espionagem, o ex-dirigente da FNCA confessou que é "difícil" introduzir materiais na Ilha e, portanto, induziu que o trabalho tinha que "fazê-lo às ocultas".

Grigsby acrescentou que, além de serem altamente secretas as tarefas encomendadas, se existissem pedidos para revelar doumentos, em virtude da Lei da Liberdade de Informação (conhecida como FOIA), a Usaid "apenas emitiria um resumo geral e guardaria o segredo" dos pormenores dos programas de cada ONG, pois são "materiais secretos".

Anthony Cristino III referiu-se nesta mesma confissão pública à "necessidade" de enviar computadores e softwarea a Cuba, para o qual seus serviços vão facilitar licenças.

Clara Davis, a perúla do OFAC, propôs licenças de viagem, esclarecendo que as chamadas licenças humanitárias sejam utilizadas para a inflitração de agentes, sob o pretexto de projetos ligados à saúde pública, ao meio ambiente e a "iniciativas específicas".

Também falou aberta e grosseiramente sobre o "interesse" em promover viagens a Cuba, usando licenças, para "fazer avaliações in situ".

Davis assinalou que "o maior envio de dinheiro a Cuba" era "através da Igreja", uma referência muito intencional que tem por objetivo prejudicar as ótimas relações existentes entre a Igreja e o Estado cubano.

AS ELEIÇÕES DETERMINARÃO O FUTURO

Fazendo outra confissão, Grigsby disse que outro aumento do orçamento para a subversão dependerá das eleições de novembro.

Segundo os observadores "in situ", sem dúvida, as vítimas deste novo financiamento da subversão em Cuba ajustarão contas num certo momento com a administração.

A organização que manejou o esbajamento do dinheiro federal em operações fraudulentas, convocou sua reunião com o propósito de aparentar que concordou com o golpe do GAO.

No entanto, publicou em sua convocatória em que dia e hora seria a assembléia, mas omitiu indicar o lugar, para o qual tinha que ligar e perguntar. A estratégia prestou. Foram ao encontro algumas pessoas novas para a partilha de um bolo já distribuído.

O GAO, em seu relatório, demonstrou que os altos funcionários da Usaid dissimularam o paradeiro de US$65,4 milhões presenteados, numa década, a seus amigalhaços de Miami e de Washington.

José Cárdenas foi dirigente da FNCA desde 1986, e desempenhou as mais altas responsabilidades. Além disso, foi sucessivamente diretor de "investigações e publicações", porta-voz da organização e lobista-chefe, quando a organização mafiosa dispunha de uma luxuosa "embaixada" em Washington.

O funcionário mafioso é amigo íntimo de Ileana Ros Lehtinen e dos irmãos Díaz-Balart.

A FNCA, criada pela CIA sob a administração de Ronald Reagan, despendeu uma fortuna no financiamento das operações do terrorista internacional Luis Posada Carriles, o qual, naturalmente, Cárdenas não pode ignorar, assim como também não poderá ignorar as fortes lamentações dos cabecilhas de Miami, os quais, com a reorientação dos métodos da Usaid, particularmente a favor de seu habituais correspondentes europeus, ficam numa situação um pouco precária.


Fonte: Granma